Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa
Nova a toda criatura». O tempo da missão da Igreja começa com estas palavras do
Ressuscitado, contidas na parte conclusiva do Evangelho de Marcos (16, 15). Com
efeito, a Igreja existe para evangelizar, para anunciar sempre e em toda a
parte a «boa nova» a todos os homens.
O mandamento permanece o mesmo, assim como Jesus
Cristo é o mesmo «ontem, hoje e para sempre» (Hb, 13, 8) e também o seu
Evangelho. Ao contrário, mudam os destinatários e as condições sociais,
culturais, políticas e religiosas nas quais eles vivem.
O mandamento missionário do Senhor marcará também a
décima-terceira assembleia geral ordinária do Sínodo dos bispos, que se iniciou
no domingo, 7 de Outubro, com a missa celebrada por Bento XVI na praça de
São Pedro. Aliás, precisamente esta palavra de Jesus Cristo serviu como fio
condutor do segundo capítulo do Instrumentum laboris intitulado «Tempo
de nova evangelização».
Como se sabe, a assembleia sinodal realizar-se-á
até 28 de Outubro sobre o tema «A nova evangelização para a transmissão da fé
cristã». É importante manter unidos os dois aspectos do tema sinodal. Com
efeito, ele indica que o objectivo da nova evangelização é a transmissão da fé.
Por outro lado, o processo da transmissão da fé, que hoje em muitos casos
encontra obstáculos de diferente natureza realiza-se no âmbito da nova
evangelização.
A preparação e a realização de uma assembleia sinodal
fazem parte de um processo complexo e exigente, que requer uma actividade
considerável e exige a contribuição de numerosas pessoas. Em geral, neste
processo existem três aspectos que se entrelaçam: dimensão espiritual, reflexão
teológica pastoral e preparação técnica organizativa. Mas é sobretudo a oração
que acompanha e anima cada actividade sinodal. Não esqueçamos que o cristão
está convidado a orar ininterruptamente (cf. 1 Ts 5, 17) seguindo
o exemplo do Senhor. Com maior razão uma reunião de bispos, representantes do
episcopado do mundo inteiro, em redor do bispo de Roma, que preside o Sínodo,
não pode deixar de ser realizado num ambiente de oração.
A oração que acompanhou os trabalhos de preparação
– e que tem como ícone a peregrinação que acabou de ser realizada por Bento XVI
a Loreto, na quinta-feira 4 de Outubro
– terá, por conseguinte, um lugar de primeiro plano durante os trabalhos
sinodais. Não é por acaso que, ao lado da sala sinodal, na capela adjacente,
será exposto o Santíssimo Sacramento, para poder oferecer aos participantes na
assembleia, antes e depois das reuniões, a possibilidade de parar em meditação
diante do Mestre que continua a enviar os seus discípulos pelas estradas do
mundo para a anunciar o Evangelho, a «boa nova» também ao homem contemporâneo.
Aliás, a presença assídua na oração, além
do que na escuta e na reflexão, não deixará de aumentar ulteriormente o afecto
colegial entre os prelados, e entre eles e o bispo de Roma, chefe do colégio
episcopal. Além disso, a participação nos trabalhos de representantes
qualificados do povo de Deus reforçará ainda mais os vínculos entre todos os
membros da Igreja católica. E ainda, a presença dos delegados fraternos dará um
aspecto ecuménico relevante à assembleia sinodal. Juntamente com eles rezaremos
a fim de que se realize o mais cedo possível a invocação do Senhor Jesus: «para
que todos sejam um só; como Tu, ó Pai estás em Mim e Eu em Ti, que também eles
estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17, 21.
A vasta obra de evangelização e
de nova evangelização do mundo actual exige a contribuição de todas as Igrejas
e das comunidades eclesiais. Eis por que a necessidade de acompanhar este
processo com a oração e com o testemunho da vida cristã. Em comunhão com Bento
XVI, sucessor de são Pedro apóstolo, uni a um renovado dinamismo ao confessar:
«Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Mt 16, 16).
Dom Nicola Eterović (Secretário-geral do Sínodo dos
Bispos)
Da redação
Canção Nova
Postado
por Jaynilton C. Rodrigues
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