Os trabalhos da 13º Assembleia Geral do Sínodo dos
Bispos sobre a Nova Evangelização foram abertos na manhã desta segunda, 8, com
a oração das Laudes, presidida pelo Papa Bento XVI, na Sala Paulo VI. Bento XVI
destacou a importância da confissão, colocando-a como o primeiro alicerce da
Evangelização.
“O lugar da confissão é o coração e a boca, ou
seja, a fé não é apenas uma realidade do coração, mas deve ser comunicada,
confessada; tende a ser pública, como o fogo que se acende e se alastra,
gerando novas chamas. É necessária a coragem da palavra. A confissão é o
primeiro alicerce da Evangelização, e não é uma coisa abstrata. Tornando-se
visível, é a força do presente e do futuro”.
Para o Papa, é importante que no latim cristão, a
palavra 'professio' tenha sido substituída pela 'confessio', palavra usada nos
tribunais, em processos, e que traz consigo um elemento martiriológico: o
testemunho, o risco da morte, a disponibilidade de sofrer.
“Isto é muito importante, pois garante
credibilidade. A fé não é uma coisa qualquer, que posso até deixar cair.
Sabemos que para nós, a confissão não é uma palavra vazia, é mais do que a
morte. Quem a faz demonstra que a verdade vale mais do que a vida: é uma pérola
preciosa”.
Aos 262 padres sinodais presentes, Bento XVI também
destacou a necessidade do cristão manter-se firme. “O cristão não deve ser
morno; este é o mais grave perigo para o cristianismo de hoje: a tepidez
desacredita o cristianismo”.
“O fogo é luz, é calor, força de transformação: a
cultura humana começou quando o homem descobriu que podia criar o fogo, que
destrói, mas, sobretudo transforma, renova e cria uma novidade, a do homem que
se torna luz em Deus”, destacou.
Início dos trabalhos
Esse primeiro dia de trabalho dos padres Sinodais
reunidos no Vaticano começou com uma Congregação, que teve início com a
saudação dos presidentes-delegados e a introdução do Secretário-Geral do
Sínodo, Dom Nikola Eterovic.
Para Dom Eterovic, um dos desafios para a Nova
Evangelização é o individualismo. “A nossa cultura exalta o indivíduo e
minimiza a relação necessária entre as pessoas. Exaltando a liberdade
individual e a autonomia, é fácil perder de vista a nossa dependência dos
outros e a responsabilidade diante do outro.”
Para o Secretário-Geral do Sínodo, no centro da
Nova Evangelização está a renovada proposta do encontro com o Senhor
Ressuscitado, o seu Evangelho e a sua Igreja àqueles que não acham mais
atraente a mensagem da Igreja.
“Agora que começamos o nosso trabalho, temos todas
as razões para fazê-lo com otimismo e entusiasmo, porque as sementes da Nova
Evangelização, semeadas no decorrer dos pontificados de Paulo VI, João Paulo II
e Bento XVI, estão iniciando a germinar. Nossa tarefa é encontrar o modo para
cultivá-las, encorajá-las e acelerar seu crescimento.”
O Sínodo sobre a Nova Evangelização prossegue esta
tarde com a segunda Congregação Geral, na presença de Bento XVI.
Da
redação Canção Nova
Postado
por Jaynilton C. Rodrigues
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